Saúde e Bem-estar

Esquizofrenia: compreender para reduzir estigmas

Por:  

Daiichi Sankyo Brasil

28 de maio, 2025

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A esquizofrenia é um transtorno neuropsiquiátrico que afeta cerca de 1,6 milhão de pessoas no Brasil. Ela costuma manifestar-se entre a adolescência e o início da vida adulta e pode ser ligeiramente mais comum em homens.1,2

O desenvolvimento da condição pode estar relacionado a uma combinação de fatores genéticos e sociais, como situações de estresse, infecções e carências nutricionais prévias ao nascimento ou na infância.2,3

Por se tratar de uma condição complexa e repleta de mitos, a conscientização é o primeiro passo para reduzir o estigma e isolamento dos pacientes e para promover ações de inclusão e apoio.2-4 Sintomas da esquizofrenia: múltiplas formas de manifestação

A esquizofrenia pode se manifestar de diferentes formas, variando de pessoa para pessoa. De maneira geral, os sintomas se dividem em doisgrupos: os “positivos”, que costumam ser os mais conhecidos e adicionam comportamentos ou percepções que não estariam presentes normalmente; e os “negativos”, mais desafiadores e associados à redução de funções e capacidades.2,3

  • Crenças rígidas e pouco baseadas na realidade (delírios);
  • Alucinações (experiências da percepção sensorial);
  • Falas desorganizadas, desconexas, sem sentido ou incompreensíveis.
  • Redução de expressão emocional; 
  • Ausência ou redução de motivação;
  • Redução da fala;
  • Menor sociabilidade;
  • Redução da capacidade de sentir prazer/satisfação.

A esquizofrenia também pode causar mudanças na coordenação motora, como agitação e rigidez postural, e em funções cognitivas, como atenção, memória e raciocínio. Essas manifestações podem gerar desafios na rotina e nas interações sociais, mas não tornam a pessoa menos capaz.2-4

O diagnóstico da esquizofrenia é feito pelo médico a partir de uma avaliação clínica que combina os sintomas, sua duração e o impacto na vida do paciente. Também é importante que outras possíveis causas para as manifestações sejam excluídas, como o abuso de substâncias, tumores cerebrais e outros transtornos mentais.2,3

Apesar de estudos apontarem que pessoas com esquizofrenia possam apresentar alterações de estrutura e funcionamento em áreas específicas do cérebro, não existe um exame único, seja de sangue ou imagem, que confirme o diagnóstico.2,3

A esquizofrenia é uma condição complexa e desafiadora, mas não define quem a pessoa é. Ela se manifesta de maneira única em cada paciente, e com o tratamento adequado é possível alcançar estabilidade e qualidade de vida.2-4

Cerca de 40% dos pacientes respondem bem ao tratamento e conseguem manter atividades sociais, profissionais e familiares, o que mostra o impacto positivo do cuidado especializado.2-4

O tratamento da esquizofrenia evoluiu nas últimas décadas e hoje contempla diferentes aspectos da condição. Inicialmente, era focado em aspectos “destacados”, como alucinações e delírios, mas atualmente também contempla outros fatores que podem impactar a qualidade de vida do paciente, como as dificuldades cognitivas e os “sintomas negativos”.2,4

O tratamento ideal é multidisciplinar: medicação, psicoterapia, terapia ocupacional, apoio da família e educação sobre a condição, com cada elo dessa corrente ajudando a promover autonomia, autoestima e integração social.2,4

Embora ainda existam desafios importantes, tanto na jornada terapêutica como na integração social, as pessoas com esquizofrenia podem levar uma vida ativa e significativa, com o tratamento adequado.2-4 A rede de apoio cumpre um papel importante nesse objetivo.5

Estudos mostram que a colaboração da família, cuidadores e comunidade está diretamente associada a melhores resultados clínicos,  maior adesão ao tratamento e menor risco de recaídas.5

Outro fator importante é a ampliação do acesso a políticas públicas de inclusão, capacitação profissional e oportunidades profissionais, estratégias que ajudam a reduzir o impacto da doença e promover dignidade e pertencimento.6

Para promover maior conscientização sobre a condição e reduzir seus estigmas, o dia 24 de maio foi instituído como Dia Mundial da Pessoa com Esquizofrenia

A data é uma oportunidade para aumentar o conhecimento da sociedade sobre a doença e suas complexidades e educar o público sobre a importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado, ferramentas fundamentais para acabar com mitos sobre a esquizofrenia e promover a integração dos pacientes.2-4

Referências

1. Matos G, Guarniero FB, Hallak JE, Bressan RA. Schizophrenia, the forgotten disorder: the scenario in Brazil. Braz J Psychiatry. 2015 Oct-Dec;37(4):269-70. doi: 10.1590/1516-4446-2015-1827.

2. Jauhar S, Johnstone M, McKenna PJ. Schizophrenia. Lancet. 2022 Jan 29;399(10323):473-86. doi: 10.1016/S0140-6736(21)01730-X.

3. American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. 5th ed, text rev. Arlington (VA): American Psychiatric Association Publishing; 2022.

4. Hany M, Rehman B, Rizvi A, Chapman J. Schizophrenia. 2024 Feb 23. In: StatPearls. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2025 Jan–.

5. Tessier A, Roger K, Gregoire A, Desnavailles P, Misdrahi D. Family psychoeducation to improve outcome in caregivers and patients with schizophrenia: a randomized clinical trial. Front Psychiatry. 2023 Jun 23;14:1171661. doi: 10.3389/fpsyt.2023.1171661.

6. Fleischhacker WW, Arango C, Arteel P, et al. Schizophrenia–time to commit to policy change. Schizophr Bull. 2014 Apr;40 Suppl 3(Suppl 3):S165-94. doi: 10.1093/schbul/sbu006.

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